sábado, 12 de abril de 2014

Empresários marcham em protesto contra carga tributária

Empresários marcham em protesto contra carga tributária

Cansados de pagar imposto, sem retorno, empreendedores foram às ruas reclamar e pedir reforma


Empresários do comércio varejista decidiram ir para as ruas protestar contra a alta carga tributária, nessa quinta, em Belo Horizonte. Eles se reuniram por quase duas horas na praça Tiradentes, na região Centro-Sul da cidade, com camisas com desenho de uma corda no pescoço. Conforme o presidente do Sindilojas-BH, um dos organizadores do evento, Nadim Donato Filho, participaram cerca de 600 empresários de vários pontos do país. “Queremos a simplificação de todos os impostos, com a unificação deles. E também diminuir a carga tributária, que hoje é de 36,47% do PIB para 30% em cinco anos”, disse.
Especialistas em economia e Direito Tributário aprovaram a atitude da classe. “Eles têm razão de ir paras as ruas. Afinal, os tributos pagos não são altos, são elevadíssimos”, disse o doutor em Economia e professor do Ibmec Minas, Paulo Pacheco. Para ele, é importante conscientizar a população sobre o impacto dos tributos no seu cotidiano. “O consumidor não se vê como parte do problema. Ele acha que é problema do empresário, tem a ideia de que o empreendedor é ruim, só que é ele que gera empregos no país”, diz.

Para ele, um dos problemas é que o imposto inside em cascata, o que faz com que não se saiba com exatidão quanto de imposto é pago no país. “Tudo o que você compra ou que o empresário compra tem imposto. E a pessoa física ainda paga o imposto de renda. Há vários tributos”, observa. Ele explica que nos Estados Unidos as empresas pagam imposto só sobre o lucro.

O diretor do escritório Faiçal Assrauy Advocacia, Faiçal Assrauy, também ressalta a ideia equivocada que prevalece para muitas pessoas de que o empresário é uma espécie de inimigo por causa dos preços. “Só que quem gira a economia, faz ela se movimentar é o empresário. Ele tem a sua função social. Mas paga muito imposto”,frisa.

Para ele, dificilmente o governo vai abrir mão da arrecadação ao diminuir tributos. “Quando se fala em reforma tributária, fico com receio. Afinal, se houver mudança, será para aumentar ainda mais os tributos, os empresários estão mais do que certos de irem para as ruas protestar. Aliás, o movimento deveria ganhar reforço e se tornar nacional”, diz.

O advogado criticou o aumento de tributos feito pela Prefeitura de Belo Horizonte através da lei municipal nº 10.692, de 30 de dezembro de 2013, que aumentou o Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN) para quase todos os setores, como serviços médicos, educação, publicidade, informática e outras atividades.
Livrão
“Pátria Amada”.
 Um livro de 41.266 páginas, pesando 7,5 ton, fez parte da manifestação dos empresários nessa quinta. De autoria do advogado Vinicios Leoncio, mensura a burocracia no país.
 
Impostos consomem cinco meses de trabalho por ano

“É importante ir para as ruas”, ressalta o proprietário da rede de joias Richter, Cláudio Penna de Alvarenga Leite, que participou da caminhada. “Afinal, vivemos um verdadeiro pesadelo tributário. São vários tributos que amarram a economia, que reduzem o poder de compra da população. Praticamente o trabalho dos primeiros cinco meses do ano são para pagar tributos. É um recurso que poderia movimentar a economia”, ressalta.

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Santo Ângelo (Sindilojas Missões), Luiz Carlos Dallepiane, conta que já participou de outras manifestações em Santo Ângelo, no Rio Grande do Sul. Temos que demonstrar a nossa indignação”, diz. 

Fonte:  Jornal O Tempo.


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